Sobre a Obra
“Há um jeito Carlos Eduardo Pereira de fazer poemas, e ele se define pela tensão entre duas vertentes: a de um cartesiano lírico com a de um poeta metafísico, amigo das reflexões filosóficas. O que está em jogo é uma espécie de poesia-ensaio, aberta eventualmente para poemas só líricos ou só reflexivos, mais próximos da prosa. Tudo porque um poema pode ser um minério, e um minério – que nunca mente – aceita tanto a exatidão da física quanto os voos da filosofia. Nessa perspectiva, Perpétuo neófito propõe uma quase conversa (“o danado do quase”) para falar de alguns lances biográficos, vividos ou inventados – daí o predomínio de versos na primeira pessoa. O poeta recebe estímulos dessas duas vertentes: o pôr do sol que se reflete nos edifícios de vidro, a escadaria do Forte de Setúbal, os passarinhos ausentes da tarde, a conversa com a filha ao telefone, “a escuridão densa do carvalho”. A ironia irresistível dos “pífios epitáfios”. E, também, Trawinski listando as aplicações dos hidrociclones. O silicato, perfeito como a morte. Falando de si, o poeta fala de nós. Ele chegou a um ponto da vida em que viu demais, viveu demais, e se encontra, agora, diante de um sentimento de inadequação, de incompletude, de desconcerto, frente a frente com as dores e delícias, com os dilemas e desafios que o estar-no-mundo impõe ao “velho menino”, no tempo da elegância e da delicadeza.” Fabrício Marques
Sobre o Autor
Nascimento: Em um lugar chamado Barreiro, onde tem ainda hoje um hotel majestoso. O relevante é que fica em Araxá, Minas Gerais. O nascimento propriamente dito ocorreu em uma casinha periférica entre as existentes à época no entorno do referido hotel. Ou seja, já nasceu próximo do majestoso.
Quando: Daqui a pouco mais de duas décadas esse improvável fato e essa surpreendente sobrevivência deverão completar um século, vez que o fato ocorreu em 1951 e a sobrevivência mede-se em dias, horas, minutos, segundos…
Educação: Pouca. Parece não ter adiantado muito ter entrado no grupo escolar aos 6 anos, tentando a alfabetização, e só ter parado 33 anos depois, doutor em Engenharia. Parado é modo de dizer, pois nunca mais se para. Só se é parado ao fim. Teve quem, há mais de 2.000 anos, fez muito mais, verdadeiros milagres, em apenas 33 anos de vida. E continua fazendo!
Resultado: Como atestam os fatos, sempre esteve próximo do majestoso, sempre a uma pequena distância infinita que permitia assegurar que jamais o atingiria.
Distraído, fez um monte de merdas. Quando prestou atenção já não dava tempo. O beco já não tinha entrada, vez que saída nunca havia tido. Tentou ser um eterno aprendiz e terminou se tornando um perpétuo neófito. Algumas vezes ainda respira e, em poucas outras, é feliz.
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Preparação de Texto: Laura Cohen Rabelo
Edição e Revisão: Amanda Bruno de Mello
Imagem da Capa: Gastão Santos Ramos.
Capa, Projeto Gráfico e Diagramação: Luis Otávio Ferreira
Coordenação Editorial: Lucas Maroca de Castro
Publicação: Crivo Editorial, 08/2025
144 páginas
ISBN: 978-65-83951-00-7
Gênero: Poesia
14cm x 21cm
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