Sobre a Obra
"Entre uma leve ironia e um rarefeito tom de certeza, às vezes quase ingênua, sobre as coisas do mundo e do sentido, a poesia de Luisa Godoy flutua, meio que buscando, e com frequência encontrando, o vórtice da imagem poética. Como o próprio título já anuncia, sua poesia tem uma força que nos suga para dentro de seus dispersivos universos que, no entanto, nos escapam, como tudo escapa, e disso ela sabe bem.
O universo de fêmea dolorida, que sofre o tangível e tenta curas improváveis pelo (in)sensível cosmos natural ou metafísico ou simbólico, descendo “da cruz voluntária e conscientemente”. O de mística (in)segura que ora encontra muito, ora muito pouco, mas que não cansa de cruzar os lagos da consciência, para deles sair “já hipotérmica e ofegante”, antes de se “afogar no poço de Narciso”. O de mãe desperta, surpreendida pelos mistérios, afeita às distâncias e aos novos caminhos. O de humana que aprendeu “a verdade inegociável de ser só”, mas que, entre melancólica e bem-humorada, sucumbe aos maremotos sem culpar a lua, usando-a para semear jardins ensolarados, onde Deus se torna tão “improvável quanto o milagre da flor do manacá”.
O universo de intelectual divertida, que já percebeu a ilusão das construções e a ferocidade do desejo (de entender), mas segue o fio do pensamento bruto em direção à verdade, sua obsessão unicórnica que, no entanto, deixa voluntariamente escapar, para que ela encontre sua deriva naquelas e naqueles que puderem ruminar seus insights sem medo de ali encontrarem outras versões do silêncio.
Um silêncio que a poeta parece querer encontrar, ou dele fugir, mas que por fim tenta aceitar, como o rio aceita suas curvas, ainda que para isso seus versos venham a nos encontrar, desprevenidos, diante do “impulso da pérola”". Rebecca Pedroso
Sobre a Autora
Luisa Godoy nasceu em 1982, em Belo Horizonte (MG), e atualmente mora em Diamantina (MG). Formada em Letras, tem mestrado e doutorado em Linguística pela UFMG e atua como professora no curso de Letras da UFVJM. Publicou, pela Crivo, o livro “Corpo Celeste” (2017), de poesia, e, pela Mercado de Letras, o livro “Que tal a Linguística com uma colher de açúcar?” (2022), de divulgação científi ca. Em “Vórtice”, além dos poemas, publica também, pela primeira vez, alguns de seus desenhos.
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Edição e Revisão: Amanda Bruno de Mello
Ilustrações: Luisa Godoy
Capa, Projeto Gráfico e Diagramação: Gustavo Zeferino
Coordenação Editorial: Lucas Maroca de Castro
Publicação: Crivo Editorial, 10/2024
64 páginas
ISBN: 978-65-89032-84-7
Gênero: Poesia
14cm x 21cm
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